quinta-feira, 31 de março de 2016

Políticas da dessubjetivação

Lendo uma conferência de Agamben (2005) me deparo com uma frase bastante oportuna para o momento do Brasil:

As sociedades contemporâneas se apresentam assim como corpos inertes atravessados por gigantescos processos de dessubjetivacãao que não correspondem a nenhuma subjetivação real. Daqui o eclipse da politica que pressupunha sujeitos e identidades reais (o movimento operário, a burguesia etc), e o triunfo da oikonomia, ou seja, de uma pura atividade de governo que não visa outra coisa que não a própria reprodução. Direita e esquerda, que se alternam hoje na gestão do poder, tem por isso bem pouco o que fazer com o contexto politico do qual os termos provém e dão nome simplesmente aos dois pólos - aquele que aposta sem escrúpulos sobre a dessubjetivação e aquele que gostaria ao invés de recobri-Ia com a mascara hipócrita do bom cidadão democrático - de uma mesma maquina governamental. (AGAMBEN, 2005, p.15)

AGAMBEN, G. O que é um dispositivo? Revista Outra Travessia. UFSC, Florianópolis, 2º semestre. Trad. Nilcéia Valdati.

terça-feira, 29 de março de 2016

Querela sem fim

Todo sujeito que pensa um corpo, também o é. O corpo é onde ser e ter são insolúveis. Insolúvel em ordem primeira do que não se disjunta, pois que é preciso se ter corpo para sê-lo e é impossível se ser corpo sem tê-lo. Insolúvel, por outro lado, porque o corpo parece querela sem solução.

Artigo publicado na Revista Eco-pós


Corpo-Dispositivo Entre o visível e o invisível da informação

Graziela Andrade

Resumo


A fim de destacar a comunicação e o imbricamento que há entre o corpo e a informação (signo), o presente artigo propõe e reflete sobre a noção do corpo enquanto dispositivo, partindo da noção de corpomídia que o afasta do predominante modelo de suporte. Em um percurso essencialmente teórico e indisciplinar, que alcança a perspectiva semiótica, atravessa a noção de mídia na comunicação e a ontologia da carne merleaupontyana, nossa reflexão permite que se compreenda o corpo como um sensível capaz de experimentar a informação em sua verticalidade - em seu visível e invisível.

Palavras-chave: Corpo. Informação. Ontologia da carne. Dispositivo.

quarta-feira, 23 de março de 2016

RESUMO da pesquisa

Propõe-se o desenvolvimento do conceito corpodispositivo, tendo por base reflexões apresentadas - primordialmente, no campo da filosofia, por Michel Foucault, Giorgio Agambem e Gilles Deleuze -, a respeito do termo dispositivo. A partir de tal argumentação busca-se alcançar, perscrutar e estabelecer uma perspectiva original para a área da dança, no que tange ao corrente debate sobre as relações e aproximações entre o corpo, suas técnicas e as tecnologias. Diante desse contexto pretende-se investigar, levantar, avaliar e discutir práticas pedagógicas e artísticas de dança contemporânea que tenham como questão as tecnologias digitais. Como resultado deste percurso, intenta-se apresentar e sugerir possíveis cenários de ensino-aprendizagem e criação em dança que façam uso efetivo e eficaz das tecnologias digitais.