quinta-feira, 31 de março de 2016

Políticas da dessubjetivação

Lendo uma conferência de Agamben (2005) me deparo com uma frase bastante oportuna para o momento do Brasil:

As sociedades contemporâneas se apresentam assim como corpos inertes atravessados por gigantescos processos de dessubjetivacãao que não correspondem a nenhuma subjetivação real. Daqui o eclipse da politica que pressupunha sujeitos e identidades reais (o movimento operário, a burguesia etc), e o triunfo da oikonomia, ou seja, de uma pura atividade de governo que não visa outra coisa que não a própria reprodução. Direita e esquerda, que se alternam hoje na gestão do poder, tem por isso bem pouco o que fazer com o contexto politico do qual os termos provém e dão nome simplesmente aos dois pólos - aquele que aposta sem escrúpulos sobre a dessubjetivação e aquele que gostaria ao invés de recobri-Ia com a mascara hipócrita do bom cidadão democrático - de uma mesma maquina governamental. (AGAMBEN, 2005, p.15)

AGAMBEN, G. O que é um dispositivo? Revista Outra Travessia. UFSC, Florianópolis, 2º semestre. Trad. Nilcéia Valdati.

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